Convenção da Cacispar

segunda, 24 de julho de 2017

Convenção da Cacispar fez participantes refletirem sobre rotina empresarial e comportamento.

A 15ª Convenção Empresarial Cacispar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Sudoeste do Paraná) e o 1º Encontro do Programa Empreender, aconteceram quinta-feira, 20 de julho, no auditório da Unioeste de Francisco Beltrão, com a presença de 300 inscritos, representando as associações comerciais da região. Os temas foram tão pertinentes e atuais que teve alunos da Unioeste acompanhando alguns trechos do evento. Jordi Castan, consultor em projetos de cooperação internacional para a Comissão Europeia e empresas, proferiu a palestra "Como os núcleos contribuem ao desenvolvimento das entidades empresariais, ao fortalecimento da economia regional e ao crescimento das empresas associadas". 

Na sequência, Arthur Schuler da Igreja, proprietário da empresa Inovação Disrupt, abordou o tema "Inovação Disruptiva & Economia Compartilhada". Descontraído, ele brincou com seu próprio sobrenome. "Quando chego no hotel, a menina pede meu nome completo. Aí eu falo e ela devolve: a ocupação não precisa, só quero o nome. Quando faço alguns posts no Facebook, as pessoas comentam dizendo amém. Então são muitas as piadas que recebo", sorri Arthur. 

De repente, Arthur mudou o tom e fez um alerta, contando o que viu nos últimos três anos. Para ele, é imprescindível a todas as pessoas se reinventarem, principalmente no mundo dos negócios. "A minha meta é que todos saiam daqui assustados. Que saiam dizendo: eu não tinha ideia de que isto existia e vou ter que procurar saber mais na internet", frisa. 

A provocação, conforme Arthur, é para que os participantes saissem de suas zonas de conforto. Tanto é que ele falou apenas sobre as transformações que já aconteceram no mundo, nada de citar exemplos de mudanças futuras. "Podem notar, quanto menos a pessoa conhece, mais certeza ela tem de que está certa. E as vezes acha que sabe muito. Mas a onda de transformação é tão grande que vocês não poderão começar o negócio de vocês em 2018 do jeitinho que começaram em 2017", avisou. 

Atentar às novas possibilidades

Um dos exemplos citados por Arthur é o Uber, empresa norte-americana, prestadora de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano. "Somente em Curitiba o Uber emprega cerca de 8 mil pessoas. E isso se deve basicamente ao desemprego que atinge 14 milhões de brasileiros. Aí a pessoa está com o carro encostado em casa, cadastra como motorista e a a ter uma fonte de renda. Onde eu quero chegar é mostrar que quando os taxistas se deram conta, eles ficaram furiosos. E o negócio deles foi transformado em um modelo de negócio para outros", explica Arthur. 

Tudo isso entra no contexto de que o mundo a por transformações aceleradas, novas tecnologias surgem e desaparecem a todo instante. "Com o advento da internet, da digitalização dos negócios, eu provoco nas minhas palestras o quanto que todo mundo deve estar antenado a essas provocações. Senão os negócios empresariais sofrerão um grande impacto negativo", prevê Arthur. 

A principal dica de Arthur aos empresários é que acompanhem o que está acontecendo fora do Brasil. "Nós temos um certo atraso em relação aos países desenvolvidos de quatro anos. E muitas vezes o empresário está acomodado porque não está vendo esta transformação acontecer. Se ele fizer uma rápida pesquisa sobre o negócio dele, por exemplo, nos Estados Unidos, talvez ele descubra que esse negócio nem exista mais", garante. "Essa revolução digital que vivemos não conhece fronteiras, até porque a internet não conhece barreiras. Então, algo que acontece do outro lado do mundo, começa a impactar nos negócios das pessoas muito rapidamente", completa Arthur. 

País está no caminho da recuperação

Élcio Gomes da Rocha, economista-chefe do Banco do Brasil e mestre em Economia, abordou o tema "Brasil: a desafiante retormada do poder econômico" na Convenção. Ele ou as perspectivas para a economia brasileira, como está vendo a incipiente recuperação do País e os desafios para ele se tornar sustentável. "Adianto que o agronegócio é um dos sustentáculos para essa recuperação. E provavelmente vai nos dar boas notícias esse ano. Estamos vivendo uma super safra, e isso dinamiza a economia, além do clima que favorece. Mas não tenham dúvida de que a indústria será um protagonista importante. Não em uma velocidade rápida, até porque o Brasil está saindo de uma recessão histórica. Significa que a recuperação será lenta e gradual".

Sobre a indústria, Élcio diz que o segmento ainda sofre um pouco porque existe a concorrência externa, além do consumo, que demora a aquecer. "Acredito ser melhor assim do que depois termos que regressar. O comércio também já começou a se recuperar, a queda da inflação favorece muito pra esses resultados. Vamos viver até o fim de 2017 com queda na taxa de juros, não ultraando 8%. Esse deve ser o grande diferencial para o País voltar a crescer", declara Élcio.

O economista afirma que não existe uma país hoje que possa ameaçar a indústria brasileira, nem mesmo a China. "Isso já foi superado, a indústria brasileira aprendeu a sobreviver dessa forma, inclusive aquelas de calçados e tecidos, tem mercado para todos. Hoje a China está mais para parceira do que ameaça ao Brasil."

 Entretanto, Élcio sinaliza para a interferência negativa que a política econômica dos Estados Unidos pode fazer aos brasileiros. "Se o presidente Donaldo Trump aprovar algumas leis protecionistas, como diminuir nossas importações, acredito sim que pode ser a maior ameaça para todo o mundo, não apenas aqui. É preciso monitorar isso, o fechamento do mercado americano, ideia original do Trump, ela significa um sentimento de anti-globalização e perigoso para todos", frisa o economista. 

O evento teve sorteios de prêmios e foi encerrado com a apresentação do grupo de teatro La Bayadère, de Guarapuava (PR). Eles interpretaram "O Grande Desafio! O Poder do Associativismo!". Um belo espetáculo de cores, sons e luzes que prendeu a atenção dos participantes antes do jantar na Churrascaria Pampeana, fechando o dia de atividades.

Avaliação

Para a empresária Rejane Lorentz Corlassolli, de Renascença, integrante do Conselho Fiscal da Cacispar, avalia a Convenção. "Foram assuntos contemporâneos tratados por  palestrantes renomados internacionalmente. Nos possibilitaram uma reflexão sobre as oportunidades que surgem todos os dias e os novos padrões de clientes aos quais teremos que conquistar". 

"As palestras tiveram informações que realmente fazem a diferença para as empresas. Como tenho agência de publicidade, acho sempre importante quando palestrantes de peso explicam da importância de se atualizar tecnologicamente", analisa a empresária beltronense Naiara Corá.

Fonte:

Galeria de Fotos